Carolina
Carolina,
No lodo,
Nos versos
No esgoto
Sua sina...
Há cem anos
Você nascia
A poesia renascia
No quarto de despejo
Narrava o dia-dia,
O descaso do governo
A rotina aflita
Aqueles seus cadernos
Aquela sua romaria,
Carolina!
No lixão, na terra
Ecoavam melancolia
Enquanto sofria
Você neles escrevia
Você neles se escrevia
Você neles vivia, Carolina!
Das suas linhas
Um grito, um manifesto, uma cusparada
saía:
- Se me querem miséria,
Ficarão surdos de elegias!
- Se me querem passiva,
Serão atacados com
poesias!
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